Oi pessoal, tudo bem?
Véspera de abertura de Copa...véspera de jogo do Brasil... Só espero que nosso time não nos decepcione!
Uma das coisas que quero aproveitar este canal, é para contar e registrar um pouco da história da minha pequena " alegria", para que o dia que ela crescer, ela possa conhecer um pouco da sua essência.
Para quem não sabe, minha bebê é importada rs, nasceu em Kani, na província de Gifu, Japão. Abaixo o link da cidade, para quem quiser dar uma espiadinha.
Nasceu na clínica Maeda, as 14hrs, pesando 3.410kgs e medindo exatos 48,9cm... rs Sim, os japoneses são extremamente minuciosos. O ano dos Japoneses é diferente do nosso, lá era ano 18, aqui 2006 e o dia 19 de setembro. S2
Todos me dizem, que eu mereço um parto no Brasil, quando conto como foi ter minha filha lá. Ter um filho no Japão, é muito diferente daqui. Lá o tempo na maternidade é de 7 a 10 dias, 7 quando é parto normal e 10 para cesariana. Japoneses são contra a cesariana, e só fazem em caso de necessidade mesmo.
No meu caso infelizmente tive que marcar uma cesariana, porque com 41 semanas a bichinha não queria saber de nascer, e eu sem dilatação alguma, então ficamos com medo de ter complicações. Foi quando marcamos a cesária no único dia disponível para o médico, 19 de setembro. Dia do aniversário da minha mãe, por mera coincidencia...
Meu parto não foi dos mais tranquilos, acho que o fato de estar sozinha na sala de parto, sem entender quase nada do que diziam, me deixou bastante nervosa. Eu sentia formigamentos por toda a minha cabeça, tive uma crise de pânico horrível e queria levantar dali com a barriga aberta rs.
Tive o auxílio da esposa do meu tio, peruana que falava o Nihongo fluente, e que fez toda a tradução, e a quem agradeço! Mas isso não me acalmou muito não rs.
Após o parto, fiquei 3 dias sem poder levantar, usando uma sonda, e ai me disseram para levantar e caminhar até o quarto que eu ficaria nos próximos dias, uma tarefa que foi extremamente difícil para mim, após 3 dias deitada.
Ainda fiquei uns 2 dias indo dar de mamar, e dando banho na minha pequena no berçário, e isso era terrível para mim. Eu não me conformava que ela não podia ficar comigo no quarto. Chorava ao olhar ela pelo vidro do berçário e não poder pega-la. Mas tudo tem seu tempo!
Depois de 2 dias ela foi para o quarto comigo, que delícia!!! Era a coisa mais gostosa encostar a bochecha na cabecinha dela e sentir como era quentinha e macia.
Mas querem saber a pior parte disso tudo? Lá no Japão não pode tomar banho após o parto, só quando vai para casa. Não tem nem banheiro dentro do quarto, por isso imaginem como isso foi horrível! Meu cabelo no ultimo dia de maternidade nem se movia, de tão oleoso que estava.
Se fosse uma questão de escolha com certeza eu optaria pelo parto normal! Era nítida a diferença da recuperação das japonesas que tiveram seus filhos de parto normal e a minha. Elas se abaixavam para pegar os chinelos com uma desenvoltura linda de se ver, e para mim isso era uma acrobacia. Fora que, em alguns casos, o corte da cesariana é na vertical do umbigo para baixo, e não na horizontal como no Brasil. Eu como optei por uma clínica particular, tive meu corte como aqui, mas tive um problema onde cortaram a minha musculatura, que acabou deixando um pequeno defeitinho extra na minha barriga. Mas tudo bem, o motivo desse defeitinho era lindo!!!
O motivo de tantos dias assim na maternidade?
No Japão as pessoas não tem no dia dia mãe, pai, vó para ajudar após o parto, e ensinar os primeiros passos de como se cuida de um bebê, todos trabalham o dia todo. Então esse tempo na maternidade é justamente para que a mãe já saia de lá sabendo os cuidados básicos com seu bebê. Isso foi ótimo, me ajudou bastante. Eu nem cheguei a cuidar do umbiguinho dela, eles cuidaram e ela já saiu de la sem ele. Me entregaram uma baixinha com o umbigo dela, e uma fita com o som do seu primeiro choro.
No Japão eles incentivam bastante as pessoas a terem filhos, porque a taxa de natalidade é muito baixa. Não me lembro exatamente os números, mas oque pagamos pelo parto o governo reembolsa, após o nascimento da criança a prefeitura faz um acompanhamento do desenvolvimento da criança, e até uma certa idade não pagamos despesas médicas, remédios e convenio, e além disso o governo dá uma ajuda mensal para as despesas da criança. Se não estou enganada é assim mesmo...não tenho certeza dos números porque viemos embora para o Brasil quando ela completou 4 meses.
Eu agradeço aquele país, porque o tempo em que estivemos lá, sempre fomos tratados com respeito e com certeza algum dia voltarei lá com a minha pequena, para que ela conheça a cidade onde nasceu.
Um beijo e espero futuramente contar tudo isso em vídeos para não ficar tão cansativo rs.
Abaixo um vídeo da minha Lele ainda no Japão...assim era seu berço...
Boa quarta feira a todos!!!
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